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Bolsonaro diz que acionou Moro para que porteiro preste depoimento à PF

Presidente Jair Bolsonaro

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que solicitou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que a Polícia Federal ouça depoimento do porteiro que teria citado o nome do presidente nas investigações sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco no ano passado.

“Estou conversando com o ministro da Justiça sobre o que pode ser feito para a gente tomar, via Polícia Federal, o depoimento agora desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo, como um possível mentor da morte de Marielle, seja enterrado de vez”, disse Bolsonaro a jornalistas na Arábia Saudita, onde está em viagem oficial.

A assessoria de comunicação de Moro não confirmou nesta manhã se o ministro e Bolsonaro conversaram sobre o pedido do presidente. Moro está em viagem oficial ao Equador.

Reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, afirmou na noite de terça-feira que um dos suspeitos da morte de Marielle entrou no condomínio onde o presidente tem casa no Rio de Janeiro dizendo que iria à casa do então deputado, mas, na verdade, foi para a residência do ex-policial Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, em março do ano passado.

A reportagem cita depoimento do porteiro à polícia, no qual o funcionário teria dito que um homem com a voz de Bolsonaro teria autorizado pelo interfone a entrada no condomínio de Élcio Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime de Marielle. A TV Globo ressalvou, no entanto, que o sistema da Câmara registra a presença de Bolsonaro no Congresso no dia da visita de Élcio Queiroz.

Em uma transmissão de vídeo ao vivo em sua página no Facebook de madrugada na Arábia Saudita, Bolsonaro negou ter autorizado a entrada de qualquer pessoa em seu condomínio no dia da morte de Marielle, e disse que deseja ser ouvido pelo delegado do caso para se defender.

“Eu tenho registrado no painel eletrônica da Câmara 17h41, ou seja, 31 minutos depois da entrada desse elemento no condomínio, e tenho também 19h36, e tenho também registrado no dia anterior e no dia posterior as minhas digitais no painel de votação”, disse Bolsonaro no vídeo em uma resposta exaltada.

“O que cheira isso aqui, não quero bater o martelo, o que parece: ou o porteiro mentiu, ou induziram o porteiro a cometer um falso testemunho ou escreveram algo no inquérito que o porteiro não leu e assinou embaixo em confiança ao delegado ou àquele que foi ouvi-lo na portaria”, acrescentou.

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