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Diarista de Epitaciolândia ganha R$ 150 mil de indenização após levar choque em fio de alta tensão e perder dedos

Eletroacre deve pagar indenização para diarista após descarga elétrica causar perda de dedos e de movimentos.

Um diarista da cidade Epitaciolândia, interior do Acre, ganhou na Justiça uma indenização no valor de R$ 150 mil mais pensão alimentícia até completar os 60 anos por danos morais. O trabalhador perdeu quatro dedos e o movimento das mãos após levar um choque em um fio de alta tensão.

O acidente ocorreu quando o diarista cortava uma árvore do Ramal Prata, em 2010. O fio de alta tensão estava enrolado a árvore, que tinha caído em cima da fiação durante uma forte chuva. Por morar na zona rural da cidade e não possuir telefone, o G1 não conseguiu contato com o diarista.

Na decisão, o Juízo da Vara Única da Comarca de Epitaciolândia considerou que houve negligência da Eletroacre, empresa do Grupo Energisa, por não fazer a retirada da árvore e ainda deixar o fio oferecendo riscos à população.

O G1 tentou contato com a Eletroacre, mas não obteve resposta até esta publicação.

Acidente
Ao G1, a advogada do diarista, Ana Carolina Faria Gask, explicou que, após a chuva, os moradores ligaram para a Eletroacre tirar a árvore caída no ramal e ligar a energia elétrica, que tinha faltado com a chuva.

Após alguns dias, nenhuma equipe da companhia apareceu no local e os moradores resolveram contratar o diarista para retirar os entulhos que obstruía a passagem.

“O fio estava na árvore, ele encostou e a carga foi até ele. Está vivo por Deus mesmo, na hora apagou. Tinham outras pessoas no local, que socorreram ele, esperaram um tempo porque ele ficou algum tempo se debatendo. Ele desmaiou, e o levaram até a saída do ramal. Colocaram ele no chão, no gramado, e quando tiraram, quando o Samu chegou, o capim queimou todinho de tanta descarga elétrica”, explicou.

O trabalhador ficou internado em coma por alguns dias. Ele perdeu quatro dedos da mão esquerda, além dos movimentos, e perdeu os movimentos de três dedos da mão direita.

“Por conta disso, teve que se afastar, é da zona rural, e ficou sem trabalhar um bom tempo, sem receber pensão porque não passava na perícia do INSS”, frisou.

A advogada acrescentou que alguns moradores entraram na Justiça contra a companhia de energia elétrica porque perderam alimentos durante o período em que a energia foi cortada.

“Pendurou dias, tem nos autos, as testemunhas corroboraram que realmente entraram em contato com a Eletroacre várias vezes, e o ramal ficou impedindo o trafego do ônibus escolar, ficaram sem energia muito tempo. Efetuaram a energia sem estar no local, o correto era ter ido ao ramal retirado a árvore e depois religar a energia. Não arrumaram para ligar, só mandaram a carga de energia e nesse momento que o Luciano trabalhava no local”, lamentou.

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