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Auxílio caminhoneiro de R$ 400 proposto pelo governo é ‘esmola e afronta’, diz líder do setor

O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, afirmou que a decisão do governo de pagar um auxílio de R$ 400 por mês para os caminhoneiros, como forma de enfrentar a alta do diesel, é uma afronta à categoria, que não quer receber esmola, e sim uma solução estrutural.

“Isso é uma grande piada. O caminhoneiro não precisa de esmola, precisa de dignidade para poder trabalhar. O governo tem que parar de dar chilique e tomar atitude de verdade, encarar o problema com seriedade”, afirmou Landim ao Estadão.

Nos cálculos do presidente da Abrava, o valor de R$ 400 seria o suficiente, hoje, para colocar aproximadamente 45 litros de diesel em um caminhão, em qualquer região do País. “Um caminhão faz entre 1,8 km e 2,2 km por litro. Isso quer dizer que o governo que R$ 400 dá para andar 90 quilômetros em um mês, quando todo trabalho envolve longas distâncias. É inacreditável o que esse governo está fazendo”, disse Landim.

Wallace Landim, que é conhecido na categoria como Chorão Caminhoneiro”, declarou que a intenção do governo é “jogar a responsabilidade na Petrobras”, para se esquivar de um problema que não resolveu.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende a concessão da bolsa-caminhoneiro e um aumento do vale-gás para a população de baixa renda. O assunto tem o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ambos sinalizaram ao governo que querem aprovar essa proposta.

O valor para os gastos estaria limitado e definido em uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). O custo dessas medidas em estudo é de R$ 6 bilhões (R$ 2 bilhões para o vale-gás e R$ 4 bilhões para o bolsa-caminhoneiro). A medida valeria até 31 de dezembro.

Com essa medida, a área econômica espera afastar a possibilidade de uma medida provisória (MP) para mudar a Lei das Estatais. O discurso na equipe econômica é de que a melhoria na governança das empresas estatais foi uma conquista que precisa ser preservada. O Ministério da Economia tem reforçado que, com base na política liberal do governo, ou se tem uma empresa estatal bem gerida com as melhores práticas de governança ou é melhor vendê-la.

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