Foram 9 dias intubado e mais de 10 dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb) em Rio Branco com infecção de Covid-19. Nesse período houve muitas incertezas, preocupação de amigos e familiares, mas também a concretização de um milagre. É assim que o advogado Cícero André, de 27 anos, define sua recuperação.

Poucos dias após sentir os primeiros sintomas, o jovem teve de ser levado às pressas ao hospital com bastante dificuldade para respirar. Sua avó havia acabado de falecer por complicações da doença. Ele acredita que tenha contraído o vírus numa ida ao restaurante, quando levou sua mãe para minimizar a perda da avó.

“Senti dor de cabeça, pensava que era outra coisa. Mas depois de um dia vi que estava piorando e comecei a pensar que seria Covid. Pelo 10º dia de sintomas senti muita falta de ar. Crise mesmo, não conseguia respirar bem. Fui internado. No início fiquei com ventilação não invasiva (VNI), mas depois tive necessidade de intubar”, explica.

Enquanto respirava com ajuda de aparelhos, Cícero diz que foi um período muito complicado, não dava para passar muita coisa pela cabeça. “Quando você está intubado, tem muitos sonhos, pesadelos. O tempo que fiquei intubado foi o pior, porque não conseguia diferenciar o que era verdade do que era sonho ou pesadelo”, salienta.

O advogado conta que teve sonhos muito bons, e outros que lhe causavam certa agonia. “Depois que acordei, foi muito tranquilo. Fiz muita terapia para poder sair [do hospital], mas ainda estou em processo de reabilitação. Estou em observação, mas consegui vir para casa”.

“Um milagre”

O jovem afirma que, de fato, foi algo muito diferente o que lhe aconteceu com a doença. Até doação de sangue necessitou enquanto estava no hospital. “Tenho como comorbidade a obesidade, taxa de glicose com tendência a piorar e já estava com pressão alta por causa do vírus. O que aconteceu na minha vida foi um milagre, com muita fé”.

Cícero ainda está conversando com familiares e amigos sobre o que aconteceu enquanto ele estava desacordado. “Mas já vi que pessoas se uniram por minha causa. Estou muito feliz, grato por tudo que está acontecendo na minha vida. Mesmo tendo ficado doente, considero que tudo tem um propósito, uma razão”.

A aproximação com a família depois dessa fase difícil foi inevitável. “Acho que com sequelas não vou ficar. Estamos trabalhando bem isso, fazendo fisioterapia. Já consigo ficar em pé, e estou caminhando no andador. Melhorando a cada dia”. O advogado acredita que dentro de 14 dias já vai estar totalmente recuperado.

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