
Um grupo de pesquisadores do Acre e de São Paulo pode ter dado um importante passo na busca por registros de tartarugas gigantes que viveram na Amazônia há milhões de anos. Durante escavação às margens do Rio Acre, no interior do estado, a equipe achou um fóssil de uma tartaruga que viveu na Amazônia há cerca de 13 milhões de anos.
O fóssil é um Stupendemys geographicus, um tipo de tartaruga que viveu no período Mioceno, época geológica que se estendeu de aproximadamente 23 milhões a 5,3 milhões de anos atrás. A equipe faz parte da Iniciativa Amazônia+10.
Os pesquisadores acreditam que a espécie tenha vivido entre 13 e 7 milhões de anos atrás na região onde hoje é o norte da América do Sul, na Amazônia.
A equipe está na localidade desde a última terça-feira (17) e tenta trazer o fóssil para a Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, capital acreana.
A região onde o fóssil foi encontrado é conhecida como Boca dos Patos, na cidade de Assis Brasil, que fica na Terra Indígena Cabeceira do Rio Acre, na divisa do estado acreano com o Peru.
Com o nível do rio abaixo dos três metros nesta época, o percurso da área urbana até o local dura em média 5h, feito por barco e de carro. O fóssil já foi retirado da área de escavação e levado para um acampamento montado na região.
As equipes tentaram fazer o transporte em uma caminhonete, durante o último fim de semana, contudo, por conta do tamanho e peso, não possível e aguardam um caminhão da universidade ir até a localidade buscar o fóssil e trazer para a capital.
Ao g1, o professor de biologia da Ufac e coordenador do grupo, Carlos D’Apolito Júnior, falou da importância do achado.
“Nunca foi visto [um fóssil] assim tão grande, tão bem preservado, então, é um fóssil muito importante para entender a paleontologia da região aqui, os animais que viveram no passado”, disse.
O coordenador destacou que ainda não mediu e nem pesou o fóssil. “É uma tartaruga, a maior tartaruga de água doce que já existiu, não temos o tamanho exato dela ainda, mas na literatura, essa espécie chegava a mais de 3 metros de comprimento”, explicou o professor.

Por Taiane Lima
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