Um vídeo do prefeito de Bujari, João Edvaldo Teles de Lima (PDT), o “Padeiro”, tem circulado nas redes sociais nesta quinta-feira (27). Nas imagens, registradas durante um evento público, o gestor faz um juramento em tom enfático para reforçar que não comete irregularidades na administração municipal.

“Se eu roubar um centavo dessa prefeitura eu quero que Deus me mate aqui agora. Agora, eu quero que Deus me derrube aqui agora. Eu ganho R$ 20 mil de salário, vim de família pobre da beira das barrancas de Tarauacá”, declarou durante discurso ao público.

A fala, divulgada em um vídeo publicado pelo site Notícias da Hora, viralizou justamente em meio ao contexto de recentes questionamentos envolvendo o prefeito. No último dia 12, o Ministério Público do Acre (MP-AC) abriu uma ação por improbidade administrativa contra ele, após o episódio em que distribuiu cédulas de dinheiro ao público durante a Expobujari, realizada em julho deste ano. Segundo o órgão, o ato configuraria autopromoção com recursos de um evento custeado integralmente pelo município.

Na ação, o MP pede indenização de R$ 50 mil por danos morais coletivos. O promotor responsável pelo caso, Antônio Alceste, destacou que a origem do dinheiro não é o ponto central do processo, mas sim o suposto uso do momento para marketing pessoal, por parte do prefeito, ao afirmar que as notas “saíam do seu salário”.

Outro ponto que envolve o gestor é uma decisão recente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC). A corte aplicou multa de R$ 6.815,00 a Padeiro por descumprimento de normas de transparência, após constatar que o município não registrou, ou registrou fora do prazo, contratos públicos referentes ao exercício de 2025 no sistema LICON — plataforma que controla e fiscaliza despesas municipais.

A penalidade foi definida pela 1ª Câmara do Tribunal, que apontou violação ao artigo 6º da Resolução TCE/AC nº 129/2024. O acórdão estabelece que o valor deverá ser quitado em até 30 dias após a notificação oficial.

Suene Almeida