Embora ideologicamente afinados e professando a mesma admiração pelo presidente Jair Bolsonaro, o Governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE), não vai seguir o Governo de Rondônia na retirada de clássicos da literatura nacional e universal da rede estadual de ensino. Desde a última quinta-feira (6), circula em Rondônia portaria da Secretaria de Educação com uma lista de livros que deveriam ser recolhidos das escolas por serem classificados como “conteúdos inadequados” a crianças e adolescentes.

Entre os livros censurados estão obras de alguns dos principais autores brasileiros, como Machado de Assis, Caio Fernando Abreu, Carlos Heitor Cony, Euclides da Cunha, Ferreira Gullar, Nelson Rodrigues, Mário de Andrade e Rubem Fonseca. A censura inclui até mesmo clássicos da literatura universal, como “O Castelo”, de Franz Kafka, e “Contos de Terror, de Mistério e de Morte”, de Edgard Alan Poe.

A garantia de que o Acre não seguirá o exemplo de Rondônia foi dada, na manha desta sexta-feira (7), em Rio Branco (AC), pela jornalista Mirla Miranda, porta-voz do Governo do Acre. Ela disse que não há orientação do MEC (Ministério da Educação e Cultura) para que isso seja feito e o que está ocorrendo em Rondônia “é uma ação do Secretário de Educação daquele Estado”.

No Acre, portanto, “não haverá qualquer mudança neste sentido”, acrescentou a porta-voz.

Em Rondônia, a versão inicial do secretário de Educação Suamy Vivecanda foi de que tanto a lista como o memorando eram falsos. Após ser confrontado pelo jornal “Folha de S.Paulo”, com imagens do documento dentro do sistema da pasta, ele afirmou que não acompanhou os trabalhos da secretaria durante a semana e que as obras não seriam recolhidas.

O governador do Estado é o coronel Marcos Rocha (PSL-RO). Aliado do presidente Jair Bolsonaro, já declarou que pretende deixar sua atual legenda para ingressar nas fileiras do Aliança. Deve ser o primeiro governador a se unir à nova legenda.

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