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Testemunha diz que filho de acreana morto em SC tentou se comunicar, “me olhou, colocou a mão na barriga e se abaixou”

Poucos minutos antes de morrer no domingo (18), a criança morta em Florianópolis tentou pedir ajuda a uma vizinha após ser vítima de uma possível agressão.

A mulher, que preferiu não se identificar, relatou que Moisés Falk da Silva, de apenas 4 anos, era autista não verbal e, por isso, não respondeu as perguntas feitas por ela.

“Ele saiu andando pela porta e parou na minha frente. Eu perguntei se estava tudo bem e, como ele não falava, não ia me responder. Ele ficou me olhando, colocou a mão na barriga e se abaixou. Ele abria e fechava os olhos pra mim. Chamei outras pessoas para ver, aí o padrasto dele veio e colocou ele pra dentro”, contou.

A testemunha vive em uma casa ao lado da kitnet em que a criança morta em Florianópolis vivia com a mãe, o padrasto e uma tia, no bairro Tapera, no Sul da Ilha. Ninguém voltou para o endereço após a morte de Moisés.

O casal foi preso em flagrante após a morte do menino, mas a mulher, que está grávida de seis meses acabou liberada mediante cumprimento de medidas cautelares. Richard da Rosa Rodrigues, de 23 anos, é o principal suspeito de agredir a criança.

Criança morta em Florianópolis tentou pedir ajuda, diz testemunha

Em entrevista ao Cidade Alerta, da NDTV RECORD, uma testemunha contou como foram os últimos momentos de Moisés Falk Silva, de apenas 4 anos. Ela contou que o menino não falava, mas tentou alertar, com gestos, sobre o que se passava com ele.

Passado algum tempo, o padrasto voltou com a criança no colo, dizendo que tinha encontrado Moisés desacordado. Outra vizinha, que é enfermeira, prestou os primeiros atendimentos ao menino e percebeu que a criança estava com sinais vitais praticamente inexistentes. Ele foi levado à Upa do MultiHospital.

MPSC acredita que houve violência antes da morte de Moisés

A 9ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, do Ministério Público de Santa Catarina, acredita que o menino vinha sendo vítima de violência e que houve falha no sistema de proteção da criança e do adolescente. O menino tinha dado entrada no hospital por, ao menos, outras duas vezes.

o dia 22 de maio, o menino foi atendido na emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão com manchas roxas na região do rosto, orelhas, abdômen e lábio. À época, o padrasto disse que o menino havia caído da cama. Moisés tinha escoriações na parte externa dos dedos da mão direita, compatíveis com aspecto de defesa, sem escoriação na palma da mão. O quadro foi considerado “sugestivo de maus tratos”.

Durante o atendimento, a mãe relatou que evento semelhante ocorreu em abril, e que a suspeita de maus-tratos contra a criança morta em Florianópolis seria uma babá, que foi afastava do convívio com a família. O caso foi classificado como síndrome de maus-tratos.

A direção do Hospital Infantil Joana de Gusmão deu andamento aos protocolos de violência e encaminhou uma notificação à vigilância epidemiológica do município e do estado, à Polícia Civil e ao Conselho Tutelar de Florianópolis.

Um inquérito policial foi aberto pela Dpcami (Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) para apurar a origem da violência. Segundo a Polícia Civil, cerca de 200 inquéritos desse tipo foram abertos pela especializada em 2025.

O que diz o Conselho Tutelar?

Em nota enviada ao ND Mais e ao Cidade Alerta SC, o órgão lamentou a morte da criança e informou que “todo e qualquer atendimento realizado pelo Conselho Tutelar é sigiloso, podendo ser requisitado apenas pelas autoridades competentes, como Ministério Público ou Poder Judiciário”.

O órgão autônomo destacou que “em respeito a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e ao próprio ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) não podemos divulgar detalhes sobre o caso, a fim de não comprometer as investigações em andamento” a respeito da criança morta em Florianópolis.

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