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Marina Silva recebe apoio de líderes globais para fundo bilionário de US$ 125 bilhões

“Nosso compromisso de chegar ao desmatamento zero até 2030 não terá nenhum efeito se não tivermos uma mudança no sistema econômico. As florestas continuarão igualmente destruídas”, alertou Marina Silva, ministra do meio ambiente e mudança no clima, logo na chegada à Conferência das Nações Unidas pela Biodiversidade.

Dando o pontapé inicial na participação brasileira nesta segunda semana da COP16, a ministra discutiu os mecanismos de financiamento da manutenção da biodiversidade, o incentivo ao trabalho com a natureza pelas populações indígenas e tradicionais e as possibilidades para a economia aliada do meio ambiente.

Marina Silva disse esperar que ao fim da COP16, se tenham alcançado os esforços necessários para encontrar mecanismos pela manutenção dos ecossistemas. “Manter a biodiversidade não demanda apenas a técnica de ‘comando e controle’ daqueles que poluem. É chegada a hora de criar instrumentos para reduzir a pressão sobre as florestas e os recursos naturais”, explica.

A ministra ainda citou os dados de redução do desmatamento nos biomas brasileiros. “No ano passado, houve uma queda de 50%, e neste ano já vemos uma diminuição de 45% no desmatamento”, explicou. No entanto, o aumento das queimadas foi preocupante, visto que 34% delas aconteceram em um único bioma.

Durante o painel sobre o tema, Marina falou sobre uma visita da pasta à Ilha de Marajó, no Pará. “As pessoas me disseram que estavam considerando desmatar, porque a ajuda financeira só chegava para quem parava de destruir a floresta, enquanto aqueles que sempre preservaram, não recebiam nada”, explicou a Ministra.

O TFFF fornecerá US$ 125 bilhões para financiar a manutenção da biodiversidade. Cerca de 20% dos fundos virão de empréstimos de longo prazo com mercados desenvolvidos ou doações de entidade filantrópicas. O restante do montante (80%) deve virá partir de emissões de dívidas para investidores. Uma das preocupações do governo é que o Fundo não seja visto como um substituto aos outros mecanismos de incentivo à proteção ambiental, mas sim como um complemento aos instrumentos já aplicados.

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