
“Deixa a vida me levar, vida leva eu. Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu”. O verso eternizado na voz de Zeca Pagodinho reflete o estilo de vida adotado por Rene de Souza, de 65 anos, que passou 14 dias na estrada entre Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, e Lima, no Peru, para assistir de perto à busca do Flamengo pelo tetracampeonato da Libertadores.
A jornada começou no dia 10 de novembro, no dia seguinte à vitória por 3 a 2 sobre o Santos pelo Brasileirão. As paradas foram tantas que até fogem da memória do aposentado, que teve mais tempo de descanso no Acre, onde guarda amigos feitos de uma viagem passada e assistiu aos dois últimos jogos do Rubro-Negro.

“De avião, chego hoje e amanhã vou embora. De carro, deixo a vida me levar e vou vivendo a aventura da vida. A vida é uma aventura. É muita estrada na vida”, brinca em conversa com o Terra ao explicar a preferência pela viagem em seu carro.
Se na vida nada é fácil, o flamenguista também viveu seus perrengues no caminho até Lima. Em uma pausa para almoço em Boca do Acre, no Amazonas, a situação de Rene complicou quando seu carro ficou atolado.
“Não tinha sinal de internet, larguei o carro e andei 1h30 para pedir socorro. Eu ia ligar para o seguro, mas só podia me socorrer no outro dia. Liguei pra um amigo que tem uma 4×4 e ele foi me buscar. Levou umas enxadas e um cabo de aço, aí tiramos”, recorda.
Carro atolado à parte, o torcedor do Flamengo prefere curtir os outros dias de tranquilidade do trajeto: “Você tem que ir sempre viajando de dia para ver mais. Tem dia que viaja mil [quilômetros], mas tem dia que viaja 200. Às vezes, você chega num lugar que acha bonito e fica para conhecer. Não dá para pegar um carro, dizer que vai chegar em cinco dias e vir dia e noite na estrada sozinho. Ninguém tem estrutura psicológica e física para isso. Tem hora que você tem que andar, mas tem hora que você tem que tirar o pé.”

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