Os atletas acreanos de jiu-jitsu Sávio Lucas, 16 anos, e Brener Caetano, 20, vão disputar pela primeira vez um evento internacional fora do Acre. Nos dias 24 e 25 de junho, no ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza (CE), a dupla representa o estado no Fortaleza International Open IBJJF Championship Jiu-Jitsu.
Os dois são alunos do mestre José Roberto Viana, o Jacaré, que coordena uma projeto social que leva jiu-jitsu a comunidades carentes.Ele explica que a iniciativa de fazer esse projeto partiu de um amigo que começou a praticar a modalidade com ele em Xapuri e estava morando na cidade de Sena Madureira. Desde então, há sete anos o projeto vem sendo desenvolvido.
– Foi iniciativa de um amigo meu lá de Xapuri, que eu sou de Xapuri e vim morar aqui em Rio Branco em 2012. E teve esse amigo que a gente começou a treinar junto em Xapuri e ele veio para capital para estudar, se formou, passou no concurso do Ifac e foi trabalhar em Sena (Madureira). Lá surgiu a ideia de começar com o projeto, que já está dando bastante fruto e alegria. Agora a gente tem o prazer de levar esse rapaz de 16 anos, o Lucas, para poder competir num evento nível nacional. Além do nosso atleta aqui de Rio Branco de 20 anos, que é o Brenner Caetano, que também vai estar competindo – explicou.
O mestre afirma que o intuito do programa social é, além de levar os jovens para o esporte, mostrar para a comunidade em geral que é possível iniciar em um programa social e representar o estado nacionalmente.
– Já lutaram bastante aqui no estado do Acre e têm obtido excelentes resultados. Através desses resultados a gente resolveu apostar neles e enviar para lutar e competir fora, representar o nosso estado, principalmente o Sávio. A gente quer levar esperança para as pessoas e para a comunidade e ver que é possível você iniciar em um projeto e poder competir em nível nacional. Eu também comecei em um projeto e acredito bastante nos projetos sociais.
Competindo diversas vezes, no Brasil e fora do país, Jacaré comenta que os lutadores estão preparados mental e fisicamente para buscar resultados positivos. Mesmo que as vitórias não sejam conquistadas no tatame, ele acredita que a experiência de defender o Acre já vai engradecer os jovens.
– A gente está bastante confiante e acreditando vai ter um resultado bom. Eu já venho competindo há muitos anos, então a gente tem essa experiência de como é o nível das competições. Eu particularmente competi bastante fora do Brasil, fui campeão na França, em Londres, na Itália, então tenho bastante experiência e essa questão da preparação fora do jiu-jitsu também, preparação física, preparação mental. Acredito que eles estão bem preparados para ter um excelente resultado – afirma.
– Tanto o Breno quanto o Sávio já lutaram em outros eventos durantes esses seis meses. Inclusive no primeiro circuito acreano de jiu-jítsu (nesta temporada), o Sávio foi campeão no Absoluto (categoria). Ele é um garoto de 16 anos e competiu no absoluto sem limite de peso no adulto e conseguiu se sagrar campeão. Então, eles estão muito bem preparados. É lógico que vai ser um choque, eles nunca lutaram fora do estado, é um evento que o Brasil todo participa, mas se não vier o resultado que a gente quer acreditamos que essa experiência vai ser boa demais – completa.
Apesar disso algumas questões pontuais tendem a prejudicar o Acre nos eventos nacionais. A falta de patrocínio e apoio financeiro para se deslocar para os outros estados faz com que os acreanos disputem poucas competições ao longo do ano. Entretanto, mesmo com as dificuldades o nível da qualidade técnica dos atletas no estado está igualado com as outras localidades do país, segundo avaliação de Jacaré.
– A gente tem bastante recurso, além da gente como professor estar sempre viajando, atualizando e trazendo o que é de melhor do jiu-jítsu do Acre. A única coisa que a gente tem aqui no Acre é a questão da distância. Para sair daqui para participar tem um investimento muito alto. Então, geralmente a gente participa de um evento e fica quatro, cinco, seis meses sem participar de outro. Acho que a gente está muito atrasado nessa questão de competição. Quem está lá, morando em São Paulo e no Rio (de Janeiro) consegue ter um ritmo porque ali todo final de semana tem um evento e eles estão lutando, competindo. Mas nível técnico a gente está bem. A dificuldade é o financeiro mesmo – conclui.
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