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Relatório aponta que 1% dos mais ricos do mundo concentra 45% da riqueza global

A Oxfam divulgou nesta quarta-feira, 25, um relatório em que mostra como a desigualdade global segue crescendo. Segundo os dados levantados, entre 2015 e 2022, 1% dos mais ricos do mundo cresceu mais de US$ 33,9 trilhões. O valor seria suficiente para acabar com a pobreza global anual 22 vezes.

A Oxfam divulgou nesta quarta-feira, 25, um relatório em que mostra como a desigualdade global segue crescendo. Segundo os dados levantados, entre 2015 e 2022, 1% dos mais ricos do mundo cresceu mais de US$ 33,9 trilhões. O valor seria suficiente para acabar com a pobreza global anual 22 vezes.

Esse grupo é composto por cerca de 77 milhões de pessoas, entre bilionários, milionários e indivíduos com renda anual acima de US$ 310 mil. Eles detém, conforme o estudo, entre 45% e 50% da riqueza global, estimada em US$ 556 trilhões em 2023, o que leva a conclusão que eles detém entre US$ 250 trilhões e US$ 278 trilhões.

Enquanto cerca de 3 mil pessoas em todo o mundo são milionárias e ganharam US$ 6,5 trilhões, 3,7 bilhões de indivíduos vivem na pobreza. Isso quer dizer que quase metade da população mundial atravessa essa condição, detendo apenas 2,4% da riqueza global, aproximadamente US$ 13,34 trilhões, o que corresponde a 14,6% do PIB global atualmente. 

O relatório ainda aponta que os bilionários pagam alíquotas efetivas de impostos próximas a 0,3% de sua riqueza, que está bem abaixo da contribuição média dos trabalhadores. E sugere que os super-ricos passem a pagar tributação de forma mais efetiva. 

“A extrema concentração de riqueza no topo, alimentada por um sistema tributário injusto e regressivo, aprofunda desigualdades históricas de raça e gênero. São as mulheres negras, indígenas e periféricas que pagam o preço mais alto da crise climática, da fome e do desmonte dos serviços públicos. Precisamos urgentemente de um pacto global baseado em justiça tributária, fortalecimento do setor público e reparação histórica. Os trilhões acumulados pelos super-ricos, inclusive no Brasil, não podem mais ser blindados. A população já sinalizou que 9 em cada 10 brasileiras e brasileiros apoiam taxar fortemente os mais ricos para financiar saúde, educação e ação climática”, declarou a diretora executiva da Oxfam, Viviana Santiago. 

Além disso, a nova análise mostra que, entre 1995 e 2023, a riqueza privada global cresceu US$ 342 trilhões, o que corresponde a 8 vezes mais que a riqueza pública global, que aumentou apenas US$ 44 trilhões. Ou seja, a pública, como parcela da riqueza total, na verdade diminuiu entre esse período.

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