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Dólar bate R$ 6 pela primeira vez na história, com propostas de isenção de IR e cortes de gastos

Após bater o recorde de R$ 5,9124 na cotação de fechamento nesta quarta-feira, o dólar comercial abriu as negociações na manhã desta quinta-feira em forte alta, de mais de 1,4%, e chegou a ser negociado a R$ 6,0009 às 11h22, na máxima do dia.

O valor supera a máxima histórica intraday (enquanto as negociações estão abertas), quando alcançou R$ 5,97 em 13 de maio de 2020, auge da pandemia.

Os analistas avaliaram que a medida terá um impacto fiscal que vai erodir parte da redução de gastos prevista nas outras medidas. E, ainda, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu enfraquecido de um embate dentro do governo, prevalecendo a visão de que era preciso politicamente mostrar que o presidente Lula também iria cumprir sua promessa de campanha sobre o Imposto de Renda.

— Era esperado que viesse um corte dos gastos, e apareceu um novo gasto — afirma Charo Alves, analista da Valor Investimentos. Segundo ele, a falta de clareza do detalhamento de onde virá a quantia para compensar a isenção no Imposto de Renda impacta o câmbio.

Em relatório, o economista-chefe da Warren Investimentos Felipe Salto afirmou que “a mudança no IR preocupa, porque poderá representar perda de receita”. Salto diz que, apesar do anúncio indicar uma estimativa de economia de R$ 70 bilhões, o montante pode ser inviabilizado pela proposta de isenção, sendo insuficiente para alcançar a sustentabilidade da relação dívida/PIB.

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