
Porta-voz do governo do presidente Donald Trump, Karoline Leavitt afirmou nesta terça-feira (19) que a gestão do político norte-americano vai usar “toda a força” contra a gestão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Mais de 4.000 militares serão posicionados na região do Caribe, próxima à costa venezuelana. Os Estados Unidos alegam que a medida é necessária para combater o narcoterrorismo e também anunciaram uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação do líder venezuelano.
Segundo comunicado emitido por Karoline Leavitt, “Maduro não é um presidente legítimo”. “Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas”, disse a porta-voz, em coletiva na Casa Branca.
O governo da Venezuela repudiou as declarações, classificando-as como “ameaças” que “não só afetam a Venezuela, mas colocam em risco a paz e a estabilidade na região”. Em nota, a gestão de Nicolás Maduro afirmou que o país “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras”, e mencionou o que chamou de “a ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”.
Nesta semana, os Estados Unidos deslocaram três navios de guerra para o sul do Caribe, próximo à costa venezuelana, alegando supostas ameaças de cartéis de tráfico de drogas.
Maduro é formalmente acusado de narcoterrorismo nos EUA desde março de 2020, durante o primeiro mandato de Trump. Na época, Washington passou a oferecer uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 75 milhões). O valor subiu para US$ 25 milhões em janeiro de 2025, já sob o governo de Joe Biden, como resposta à posse de Maduro para um novo mandato. Em seguida, a recompensa foi dobrada, chegando a US$ 50 milhões.
O montante supera o valor oferecido pelos EUA por Osama Bin Laden logo após os atentados de 11 de setembro de 2001. À época, o governo norte-americano anunciou uma recompensa de US$ 25 milhões pelo líder da Al-Qaeda, que se tornou o homem mais procurado do planeta.
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Maduro é acusado de envolvimento em conspiração para o narcoterrorismo, tráfico de drogas, importação de cocaína e uso de armas. Washington também afirma que o presidente venezuelano lidera o chamado Cartel de los Soles, recentemente classificado pelos EUA como organização terrorista internacional.
Petróleo
Politicamente, a Venezuela é uma das principais frentes de resistência à hegemonia dos EUA em nível global. Outra questão para a relação delicada entre os dois países é o petróleo.
De acordo com número do site Word Atlas, a Venezuela ficou em primeiro lugar entre os dez países com as maiores reservas de petróleo do mundo em 2024 (300,9 bilhões de barris), seguida por Arábia Saudita (266,5 bilhões de barris) e pelo Canadá (169,7 bilhões de barris).
A sequência da lista foi ocupada pelo seguintes países: Irã (157,8 bilhões de barris), Iraque (150 bilhões), Rússia (103,2 bilhões), Kuwait (101,5 bilhões), Emirados Árabes (97,8 bilhões), EUA (48,5 bilhões), e Líbia (48,4 bilhões). O Brasil ficou na 15ª posição, com 16,2 bilhões de barris, o que representou aproximadamente 1% das reservas globais.
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