
O presidente da febraban, Isaac Sidney, disse nesta quarta-feira, 23, que no atual momento, com Selic alta encarecendo o crédito, não é para se falar em aumento de tributo. “Não suportamos mais pagar impostos, não são os bancos, são impostos indiretos repassados a custos de bens e serviços”, disse ao ser questionado sobre a alternativa do PP que sugeriu aumento da CSLL cobrada dos bancos como parte da compensação da ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
“Temos de tomar decisão de país: qual é o mercado de crédito que queremos? Crédito é alavanca fundamental para a economia; estamos com crédito para famílias crescendo 12%, é ainda muito forte, sobretudo considerando a toada restritiva da Selic. Essa taxa já está batendo na porta do crédito, estamos vendo na ponta um pouco menos de apetite dos bancos”, disse Sidney.
Segundo ele, o crédito voltado ao consumo e à aquisição de bens duráveis tem perdido fôlego, enquanto linhas mais arriscadas, como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito, vêm ganhando espaço nas carteiras dos bancos.
“Com momento de alta da Selic que impacta spread bancário, nas taxas médias de juros. Não bastasse isso ainda teremos de ter no crédito custo adicional de tributo repassado?”, questionou o presidente da Febraban. Ele pontuou ainda que a Selic vai terminar o ano “com dois gordos dígitos”.
“A última ata do Copom anuncia mais um aumento em maio, não sabemos a magnitude. Vamos terminar 2025 com dois gordos dígitos de Selic. Muito a contragosto, o BC continua sacrificando a economia para poder controlar a inflação. Não é o momento para falar em aumento de tributo”, disse.
Ele repetiu também que não há espaço para impulso fiscal no Brasil. Por isso, é importante um alinhamento entre os Poderes, não num sentido de subordinação, mas de convergência. “É importante não deixar o Ministério da Fazenda só. Precisa de apoio, e o Congresso é fundamental”, disse o presidente da Febraban, para quem é preciso também discutir o orçamento e suas vinculações, indexações e forte gasto obrigatório.
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