Em anúncio sobre a pavimentação de um trecho da BR-319 [Manaus-Porto Velho/RO], o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (10) ao governador do Amazonas, Wilson Lima, que, ao invés de “ficar brigando” pela obra, é essencial estabelecer uma parceria para garantir a preservação da floresta.
“Ao invés da gente ficar brigando, governador, ao invés da gente ficar brigando, deixa eu dizer uma coisa, Omar Aziz [senador, presente no evento], deputados, prefeitos, eu disse […] nós estamos começando agora com 52 quilômetros, primeiro 20, depois tem mais 30, mas eu falei pra Marina [Silva, ministra do Meio Ambiente]: ‘nós vamos fazer todas as reuniões que forem possíveis fazer, ouvir todo cientista que temos que ouvir e nós temos que ter noção que a gente tem que fazer aquela estrada e a gente precisa garantir que a parte mais nobre da floresta amazônica não seja destruída”, disse Lula.
O presidente mencionou que um dos problemas seria a invasão de grileiros. Ele afirmou que, ao se planejar uma estrada, esses grileiros já começam a comprar grandes áreas de terra e começam as queimadas.
“Se tiver terra do estado, governador, nós vamos ter que fazer parceria, governo do estado e governo federal, e demarcar essa terra para que nela não pode acontecer nada até que a gente prove que a estrada será feita com seriedade, com responsabilidade, porque eu concordo que não é possível deixar Roraima e Manaus viver de costas um para o outro. É preciso que a gente faça definitivamente essa estrada, mas com a responsabilidade que o Brasil e o mundo requer”, completou.
Lula assegurou que, antes de terminar seu mandato a BR-319 será pavimentada conforme necessário para garantir o “pleno direito de cidadania”. Durante a solenidade, foi assinado um contrato para a recuperação de 20 quilômetros do Trecho “C” da rodovia.
Antes do discurso de Lula, Wilson Lima já havia afirmado que o estado está disposto a cumprir todos os “condicionantes ambientais” para evitar desmatamento, queimadas e crimes ambientais durante as obras da rodovia.
“Se for para colocar câmeras, monitoramento, portal, chip, seja lá o que for necessário ser feito, o estado do Amazonas está disposto, assim como toda a população. Se for para transformar numa rodovia verde, numa rodovia parque, não interessa; o que nós não podemos é ficar no isolamento, porque nós somos brasileiros, como qualquer outro”, afirmou o governador.
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