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Justiça boliviana ordena prisão de Evo Morales por faltar audiência sobre abuso sexual

Um juiz na Bolívia ordenou a prisão do ex-presidente Evo Morales após sua ausência em um tribunal onde responderia a um caso de abuso sexual, nesta sexta-feira, 17. No entanto, a decisão foi anulada. Morales é acusado de ter estuprado e traficado uma adolescente em 2016, quando ela tinha 15 anos, resultando no nascimento de uma filha.

Apesar da ordem inicial de prisão, uma juíza de Santa Cruz acatou um recurso da defesa de Morales, anulando a decisão. O Ministério Público se concentra na acusação de tráfico de pessoas, com pena de 10 a 15 anos de prisão, uma vez que a denúncia do estupro foi arquivada em 2020.

A denúncia foi divulgada pelo ministro boliviano da Justiça, César Siles, integrante do gabinete do presidente Luis Arce, antigo aliado de Morales. 

Segundo a promotora responsável pelo caso, Sandra Gutiérrez, sua destituição foi instruída diretamente pelo procurador-geral, levantando dúvidas sobre a independência das investigações.

Relembre o caso
Em uma coletiva de imprensa em outubro passado, Siles afirmou: “Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade. Refiro-me concretamente a uma menina estuprada aos 15, 16 anos.”

O ministro detalhou que a certidão de nascimento da criança reconhece Evo Morales Ayma como pai.

O caso ganhou notoriedade em 2024, quando a promotora Gutiérrez alegou ter sido destituída por solicitar a prisão de Morales durante uma investigação por “tráfico de pessoas” relacionado ao caso.

Trechos da ordem de prisão vazaram para a imprensa, reforçando a acusação de que Morales teria se envolvido com a adolescente enquanto ocupava a presidência do país.

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