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Justiça autoriza recuperação e repavimentação da BR-319 que liga Porto Velho a Manaus

O desembargador federal Flávio Jardim, do TRF1 (Tribunal Regional Federal), derrubou, nesta segunda-feira (7), a decisão que havia suspendido a licença prévia concedida pelo Ibama ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para repavimentar a rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO). O desembargador autorizou o Dnit a prosseguir com o processo de licenciamento.

Com a decisão, o Dnit poderá avançar para as próximas etapas, em que estão incluídas a finalização de projetos de engenharia, a elaboração do Plano Básico Ambiental, a conclusão de inventário florestal e a licença de instalação, que autorizarão as máquinas a operarem na rodovia.

A Licença Prévia nº 672/2022, que atestou a viabilidade ambiental do empreendimento, foi suspensa em julho deste ano pela juíza Mara Elisa Andrade, da 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária do Amazonas.

A autorização do Ibama, que é só o começo de um longo processo para, de fato, repavimentar a rodovia, vale para o trecho entre o km 250,7 e o km 656,4, conhecido como “Trecho do Meio”. O segmento representa a maior parte da rodovia e não tem asfalto. No período do inverno, os ônibus e as carretas que transportam passageiros e cargas para Manaus sofrem com a lama e os buracos. No período da seca, a poeira dificulta o tráfego.

Ao suspender a licença, a juíza Mara Elisa atendeu o pedido do Laboratório do Observatório do Clima, que alegou que a autorização havia sido concedida sem estudo do impacto climático decorrente da pavimentação da rodovia e sem consulta prévia aos povos indígenas e comunidades tradicionais que serão impactadas pela obra.

“O prosseguimento do licenciamento ambiental, a despeito da verossimilhança de graves vícios de inconstitucionalidade e ilegalidade na Licença Prévia n°672/2022, contamina as etapas seguintes, cria expectativas de prosseguimento das obras, concorre para o recrudescimento do desmatamento, incêndios e degradação florestal, além de grilagem de terras”, afirmou Mara Elisa.

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