
O Irã atacou as bases dos Estados Unidos no Iraque e no Catar nesta segunda-feira, 23, em retaliação ao ataque feito pelos EUA, a mando de Donald Trump, contra instalações nucleares iranianas, no último sábado, 21.
Os ataques foram confirmados pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), que classificou a ação como uma resposta retaliatória aos EUA.
Em um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial Tasnim, a IRGC alertou que quaisquer novos atos de agressão ao Irã seriam reprimidos com força, declarando que as bases militares americanas na região são agora pontos de “vulnerabilidade”.
“O Irã jamais deixará sem resposta qualquer agressão contra sua soberania, integridade territorial ou segurança nacional”. A IRGC afirmou que a operação foi coordenada com o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã e sinalizou o fim da era dos ataques “de bater e fugir”.
Ataque ao Catar
No Catar, o Irã disparou mísseis contra a base de Al-Udeid, localizada perto de Doha, capital do país — que já estava sobre “ameaça crível”, segundo autoridades. Além de Doha, explosões da ofensiva também foram ouvidas na cidade de Lusail.
Segundo o Ministério da Defesa do Catar, os mísseis contra a Base Aérea foram interceptados, sem registro de vítimas. Em comunicado, o ministério afirmou que o incidente não resultou em mortos ou feridos, atribuindo o mérito “à Deus, à vigilância das Forças Armadas e às medidas de precaução tomadas”.
A base de Al Udeid abriga o QG do Comando Central dos EUA, onde militares britânicos também servem em rodízio. No entanto, segundo autoridades do Catar, a base havia sido evacuada antes do bombardeio.
O ataque iraniano à Base Aérea de Al-Udeid foi condenado “veementemente” e considerado como “uma flagrante violação da soberania do Estado do Catar, de seu espaço aéreo, do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, afirmou Dr. Majed Al Ansari, assessor do primeiro-ministro e porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores do Catar.
“Afirmamos que o Catar se reserva o direito de responder diretamente de maneira equivalente à natureza e à escala desta agressão descarada, em conformidade com o direito internacional”, complementou, em nota publicada em seu perfil no X.
Para o governo do Catar, “o diálogo é a única maneira de superar a crise atual e garantir a segurança da região e a paz”. Em nota, também enfatizaram que “a continuação de tais ações militares em escalada minará a segurança e a estabilidade na região, arrastando-a para situações que podem ter consequências catastróficas para a paz e a segurança internacionais”.
Após os ataques iranianos, os espaços áreos do Catar, Bahrein, Emirados Árabes e Kwait foram fechados.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Catar, a suspensão temporária do tráfego aéreo no país visa garantir a segurança de cidadãos, residentes e visitantes e que essa medida é “parte de um conjunto de medidas de precaução tomadas com base nos recentes acontecimentos na região”.
“O Ministério reitera que a segurança de todos em solo do Catar continua a ser uma prioridade máxima e que o Estado não hesitará em tomar todas as medidas preventivas e de proteção necessárias a este respeito”, reforçou a autoridade, em nota.
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