Local de nascimento de Jesus, Belém normalmente fica bastante movimentada no Natal, mas neste ano a guerra afugentou turistas e peregrinos da cidade palestina na Cisjordânia ocupada por Israel, deixando hotéis, restaurantes e lojas de souvenirs às moscas.
Com as manchetes globais dominadas desde 7 de outubro pelas notícias dos ataques do Hamas ao sul de Israel, seguidos pelo ataque militar de Israel a Gaza e pelo aumento da violência na Cisjordânia, os empresários em Belém disseram que ninguém viria.
“Não temos hóspedes. Nenhum”, disse Joey Canavati, proprietário do Alexander Hotel, cuja família vive e trabalha em Belém há quatro gerações. “Este é o pior Natal de todos. Belém está fechada para o Natal. Sem árvore de Natal, sem alegria, sem espírito natalino”, disse.
Localizada ao sul de Jerusalém, Belém depende fortemente de turistas de todo mundo que visitam a Igreja da Natividade — que os cristãos acreditam estar no local onde Jesus nasceu — para obter renda e empregos.
Canavati disse que antes de 7 de outubro seu hotel estava lotado para o Natal, a tal ponto que ele procurava quartos em outros lugares da cidade para ajudar pessoas nas quais não conseguia se encaixar.
Desde o início da guerra, todos cancelaram, inclusive as reservas para o próximo ano. “Tudo o que recebemos por e-mail é cancelamento, após cancelamento, após cancelamento”, disse Canavati.
Ele levou a Reuters TV para conhecer o hotel, abrindo portas para quartos vazios e mostrando a sala de jantar silenciosa.
“Tínhamos pelo menos 120 pessoas jantando aqui todas as noites e estava lotado. O barulho, as pessoas. Vazio. Sem café da manhã de Natal, sem jantar de Natal, sem bufê de Natal”, disse ele.
Desde a guerra de 1967 entre Israel e os países árabes vizinhos, Israel ocupa a Cisjordânia, região que os palestinos querem como o núcleo de um futuro Estado independente.
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