
A médica Edivânia Rodrigues dos Santos denuncia, por meio de um boletim de ocorrência registrado na Delegacia Geral de Polícia Civil do município de Brasileia, interior do Acre, que foi agredida dentro de uma academia. A ocorrência foi registrada como vias de fato, tendo como envolvidos Regiana Maria de Freitas Rocha da Cruz e seu esposo, Mário Jorge Socorro da Cruz. Câmeras de segurança do estabelecimento mostram o momento da confusão.
Edivânia conversou com o ac24horas nessa quarta-feira, 26, e relatou não conhecer o casal. Segundo a médica, houve uma discussão durante o treino por conta do uso de equipamentos da academia. Ela afirma que meio do conflito foi agredida com um chute dado por Regiana.
“Nem conheço esse casal. Sou médica aqui em Brasileia, trabalho há seis anos, tanto no estado quanto no município. Naquele dia, fui treinar normalmente. Enquanto fazia minha série, no intervalo para descanso, fui tomar água e conferir meu celular. Nesse meio-tempo, a mulher pegou a barra sem pedir e começou a fazer o exercício dela. Quando voltei, perguntei aos rapazes que estavam por perto, e eles confirmaram que ela tinha pegado o equipamento. Esperei ela terminar e, então, fui até lá para pegar a barra de volta, explicando que ainda não havia concluído meu exercício. Foi nesse momento que ela veio até mim, questionando, dizendo que a academia era compartilhada, que eu não era dona do espaço e que estava mexendo no celular. Permaneci tranquila e apenas pedi que me deixasse em paz. Continuei meu treino, pois sabia que havia câmeras gravando e não queria confusão por algo tão banal. No entanto, ela continuou me provocando. Quando o marido dela se aproximou, ela pareceu se sentir mais segura e me chutou. Imediatamente, reagi”, declarou.

Edivânia apresentou escoriações no lábio interno superior e na perna direita Foto: Cedida
Edivânia conta que foi empurrada pelo marido da mulher, identificado como Mário Jorge, um policial militar da reserva. “Nesse momento, o marido dela me empurrou e deu um tapa no meu rosto. Ela [Regiana] tentou me acertar novamente com outro chute, e ele [Mário] me deu um tapa no rosto, o que acabou machucando minha boca. Se você observar bem o vídeo, no final, é possível ver claramente o momento em que ele me agride”, disse.
No boletim de ocorrência, há informações de que a guarnição foi acionada para deslocamento até o endereço mencionado, a fim de averiguar a ocorrência. No local, os envolvidos relataram que houve um desentendimento entre Edivânia e Regiana sobre o uso de um aparelho de musculação. Após uma breve discussão, ambas entraram em confronto físico.
O relatório também destaca que, durante a altercação, Mário Jorge, marido de Regiana, interveio na tentativa de separar a briga, mas, exaltado, passou a discutir com Edivânia. Ele também se apresentou à guarnição como oficial da reserva da Polícia Militar do Estado do Acre.
Quanto às lesões, Edivânia apresentou escoriações no lábio interno superior e na perna direita, enquanto Regiana teve escoriações na perna direita.
Diante dos fatos, os envolvidos foram conduzidos e apresentados na Delegacia de Polícia Civil de Epitaciolândia para as providências legais cabíveis.
O outro lado da história
O policial militar da reserva, Mário Jorge, conversou com a reportagem do ac24horas e apresentou sua versão sobre a denúncia feita pela médica. Segundo ele, sua intenção era apenas separar a briga e afirmou que sua esposa também ficou com hematomas devido à discussão.
“Ela sabe que, me acusando, pode ganhar alguma coisa, segundo ela mesma falou. Na verdade, ela nem acusa minha esposa de nada, apenas a mim, que só tentei apartar a briga entre elas. Somente isso que tenho a dizer. Minha esposa também ficou com hematomas. Ela disse que chamou quase toda a cidade para invadir a academia e tentar agredir a mim e minha esposa, inclusive com um sargento da Polícia Militar e um policial civil. Só não conseguiram porque o dono da academia impediu”, disse.
O militar acrescentou que quase foi linchado do lado de fora do estabelecimento. “Ela falou que eu saí da academia, onde estavam todas essas pessoas, para evitar um escândalo maior lá dentro e tentar resolver a situação da melhor maneira. Só não fui linchado porque logo chegou uma viatura policial. As imagens da academia mostram um aglomerado de pessoas do lado de fora gritando ameaças. Eu queria que esse vídeo tivesse áudio para você escutar as coisas que essa senhora falou para minha esposa”, comentou.
Mário afirmou ainda que sua esposa está abalada com a situação e precisa de medicação para dormir e que não deverá se pronunciar sobre o assunto. “Ela está muito deprimida e envergonhada, pois nunca tinha entrado em uma delegacia. Agora, só consegue dormir com o uso de medicamentos”, explicou.
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