O professor Edivan Vasconcelos trabalha na rede estadual de ensino desde 2019. Está lotado na Divisão de Ensino Médio em Tempo Integral da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e, recentemente, lançou seu primeiro livro “Irmão José da Cruz – narrativas sobre a passagem do apóstolo dos últimos tempos pelo Juruá”, que também é título de sua dissertação de mestrado.

O livro é fruto de pesquisas que foram realizadas entre os anos de 2019 e 2021. “Esse livro é parte da dissertação, porque a dissertação tem a parte teórica, a parte metodológica, que não interessa as pessoas de fora da academia, então falamos de um personagem que andou por todo o Vale do Juruá”, explicou.

De acordo com suas pesquisas, o irmão José da Cruz fez suas andanças pelo Juruá no final dos anos 60. “Ele foi um religioso mineiro que achava que tinha uma missão a cumprir e passou por vários estados brasileiros, até por vários países até chegar ao Vale do Juruá”, disse.

E foi exatamente nesta região que ele deixou, segundo o próprio professor Edivan Vasconcelos, sua “grande marca na religiosidade”. “Neste livro eu falo da vida dele, onde nasceu, onde morreu, nos lugares que passou e dou detalhes da sua vida pessoal. Já na segunda parte trago relatos orais de pessoas idosas que tiveram contato com esse personagem”, destaca.

Além de Cruzeiro do Sul, José da Cruz também foi uma figura muito conhecida em Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter. Ele está intimamente ligado ao movimento messiânico que, no Brasil, teve a figura de Antônio Conselheiro, no final do século XIX, seu principal personagem.

“Ele (José da Cruz) está ligado aos movimentos messiânicos, trata-se de uma figura carismática, onde ele ia, onde ele chegava, se espalhava logo a notícia de sua chegada. Era um religioso que fez milagres e a tendência era que as pessoas o seguissem. Ele andava pelas comunidades e uma multidão ia atrás seguindo”, relata.