Um estudo publicado na revista científica Nature mostra que na região do Norte da Bolívia, conhecida como “Llanos de Moxos”, e em terras que englobam os estados do Acre e de Rondônia, existiu uma civilização chamada Casarabe. Esse povo habitou a região no período em que os Incas governaram os Andes, entre os anos 1438 e 1533.
O levantamento foi coordenado pelo arqueólogo Umberto Lombardo, da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha). Segundo o arqueólogo, foram encontrados com a ajuda de satélite sistemas de canais de água subterrâneos (engenharia hidrológica) e restos de plantações de milho, que sugerem que houve assentamentos antes da chegada dos espanhóis à região.
Segundo os estudos, os “llanos de Moxos” são formados por terrenos planos que ficam inundados entre 3 e 6 meses do ano e em pequenas montanhas em que crescem árvores. O sistema de canais drenava a água e a levava até depósitos para ser armazenada para o período de seca. A água era usada para as plantações e consumo dos Casarabes.
O estudo não estabelece o número de habitantes, mas os arqueólogos suspeitam que a civilização casarabe desapareceu por doenças trazidas pelos europeus, principalmente a varíola, doença contagiosa com sintomas iniciais idênticos aos da gripe.
Atualmente, segundo o estudo, a região é ocupada por alguns fazendeiros e pelo povo indígena Sirionós, que falam a língua sirionó, que pertence ao tronco tupi-guarani.
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