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Enem para presos: Acre tem recorde com mais de 830 inscritos

O Exame Nacional do Ensino Médio para Privados de Liberdade (Enem PPL) bateu recorde de participação no Acre em 2025. Segundo o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), foi registrado um aumento de quase 70% no número de inscritos em relação ao ano anterior. Ao todo, 833 detentos de inscreveram.

A prova foi aplicada na terça (16) e essa quarta-feira (17) dentro das unidades prisionais do estado. Ainda de acordo com os dados do Iapen, em 2024 participaram 491 internos , enquanto em 2023 o número de inscritos foi de 535 detentos.

No Acre, o Enem PPL é aplicado anualmente e funciona como uma das principais portas de acesso à educação formal dentro do sistema prisional.

Os participantes podem concorrer posteriormente a vagas em universidades públicas e privadas por meio de programas federais como o Sisu, o Prouni e o Fies.

As provas têm o mesmo nível de dificuldade do exame regular e seguem os critérios de correção definidos pelo Ministério da Educação (MEC). A diferença é que a aplicação ocorre em ambiente prisional, com logística adaptada à rotina das unidades.

De acordo com a Divisão de Educação Prisional, o aumento no número de participantes está relacionado a mudanças recentes na legislação, que passaram a permitir a inscrição de candidatos que ainda não concluíram o ensino médio.

Com isso, presos com ensino médio incompleto ou ensino fundamental completo também puderam participar.

Segundo a chefe da divisão, Margarete Frota, parte dos inscritos busca usar a nota para tentar uma vaga no ensino superior, enquanto outros fazem o exame com foco na certificação do ensino médio.

“Foi muito bom saber que eu tinha passado. Para quem gosta de estudar, pelo menos aqui dentro tem tempo”, contou ele ao g1.

A experiência do reeducando é considerada uma ação-piloto dentro do sistema prisional. Segundo Margarete Frota, o projeto foi estruturado com tablets configurados exclusivamente com conteúdos acadêmicos, sem acesso à internet, garantindo que o estudo ocorra de forma segura e monitorada.

“Os caminhos e rotinas estão sendo construídos para que o aluno cumpra todas as etapas exigidas pela universidade”, explicou.

Para os detentos, o Enem PPL é o início de uma nova fase, e tem se tornado uma ferramenta de ressocialização e reconstrução de trajetórias.

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