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Marina Silva defende soberania em meio a tensão entre EUA e Venezuela

As negociações da COP30 seguem em ritmo mais lento do que o desejado pela presidência do encontro, mas o quarto dia foi marcado por anúncios importantes para o Brasil, especialmente para a região amazônica.

A União Europeia formalizou a entrega de 20 milhões de euros (cerca de R$ 124 milhões) ao Fundo Amazônia, doação já anunciada anteriormente e agora oficializada. Também foi apresentado um novo projeto da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), no valor de R$ 55 milhões, que será executado via Fundo Amazônia.

O Inpe participará da iniciativa com transferência de tecnologia para os demais países amazônicos: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Durante o lançamento, os discursos acabaram tocando na tensão recente entre Estados Unidos e Venezuela. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não citou os nomes dos países, mas enviou um recado claro. Questionada depois se a fala fazia referência ao impasse, Marina reforçou o posicionamento.

“Nós somos países soberanos e queremos fortalecer relações de cooperação, não de intervenção. E é nesse sentido que a soberania de um não pode ser negligenciada, porque isso significa enfraquecer a soberania de todos. Existem regras para as ações de combate ao crime organizado no âmbito dos acordos internacionais e são esses acordos que devem ser observados”, afirmou.

Logo após, o ministro venezuelano adotou um tom mais explícito: agradeceu a solidariedade dos presentes e afirmou que a Venezuela “está preparada para enfrentar qualquer tipo de agressão”.

As discussões sobre financiamento climático, um dos pontos mais sensíveis da COP, seguem ao longo do dia. Apesar da nova doação europeia, a União Europeia continua resistente em avançar no tema do financiamento público na agenda oficial do evento. Uma coletiva da presidência da COP está prevista para as próximas horas.

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