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‘Tinha medo de morrer em acidente de moto’, diz esposa de chapeiro morto em batida no Acre

“Falava sempre que tinha medo de morrer em acidente de moto. Dizia: ‘daqui pro outro ano, nós vamos comprar um carro. Não quero mais saber de moto’. Mas, ele morreu assim”.

A fala emocionada é da autônoma Sangela dos Santos, de 43 anos, esposa do chapeiro Osvaldo Santos da Silva, de 42 anos, morto em uma colisão entre motocicletas no bairro Bela Vista, em Rio Branco, na última quinta-feira (11). A família de Osvaldo pretende entrar na Justiça para cobrar uma responsabilização para os adolescentes.

A batida foi causada por dois adolescente, de 16 e 17 anos. Segundo a Polícia Militar (PM-AC), o adolescente de 17 anos conduzia moto e avançou a preferencial, atingindo a moto do chapeiro que seguiu na outra rua.

Ainda conforme a PM-AC, o adolescente não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os dois jovens ficaram feridos e foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Já Osvaldo foi arremessado em um poste de energia elétrica e morreu no local após sofrer traumatismo craniano grave. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento da batida.

Ao g1 neste domingo (14), Sangela contou, com exclusividade, que o marido trabalhava em uma lanchonete no bairro Floresta, próximo de casa. Segundo vizinhos, Osvaldo tinha retornado em casa para buscar algum pertence.

O acidente ocorreu quando ele voltava para o trabalho. “Eu tinha saído pra pegar meu neto quando ele veio. Não deu tempo nem eu ver ele. Acho que deve ter ido pegar alguma coisa, não tinha ninguém em casa. Falaram que ele tinha acabado de sair. Acho que foi questão de minutos”, lamentou.

O casal estava junto há cinco anos e morava com dois filhos de Sangela. Ela revelou que apenas o marido trabalhava. “Tudo era ele, fazia tudo. Trabalhava há muito tempo no lanche, fazia entregas, trabalhava como chapeiro. Quero que arquem com as consequência. Sei que não é fácil para ambas partes, mas quero justiça”, confirmou.

Sem assistência

Ainda segundo Sangela, a família dos adolescentes não prestou assistência para o funeral e nem no enterro de Osvaldo. A autônoma diz que vai procurar uma delegacia para prestar queixa e cobrar Justiça pelo acidente.

“Não, ninguém me procurou, não falaram comigo. Nenhum pais dos adolescentes, não me deram assistência nenhuma, nem condolências”, destacou.

Após o acidente, Sangela relembrou que o marido era muito prudente e tinha caído de moto há alguns anos em casa e machucou a clavícula. “Sempre falava que tinha medo de morrer assim, sempre foi muito cuidadoso. Ele era meu tudo, quero justiça, tiraram a vida de um pai de família, do meu esposo e quero também responsabilizar quem deu a moto para eles [os adolescentes]”, finalizou.

Homenagens

Osvaldo foi velado e enterrado na sexta-feira (12). No enterro, amigos, conhecidos e familiares soltaram balões branco e fogos de artifícios no Cemitário Morada da Paz

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