
Acidente ocorreu na Comunidade Gleba Ratumba, na manhã dessa quarta-feira (9), na zona rural de Cruzeiro do Sul. Maria Agripina foi atingida por uma árvore derrubada pelo marido no sítio da família.
A agricultora Maria Agripina Vieira Tavares, de 57 anos, morreu após ser atingida por uma árvore na Comunidade Gleba Retumba, zona rural de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Ela, o marido e um neto de 18 anos limpavam o sítio da família quando ocorreu o acidente.
O marido contou, aos familiares, que cortava uma árvore seca no sítio. Quando a árvore caiu, a esposa não viu e foi atingida. Maria teve várias fraturas pelo corpo.
Os vizinhos tentaram socorrer a agricultora antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Ambiental. A morte foi confirmada no local e o Instituto Médico Legal (IML) acionado para a remoção do corpo na manhã dessa quarta-feira (9).
O casal de agricultores estava acompanhado de um neto de 18 anos. Segundo uma filha da vítima, que pediu para não ter o nome divulgado, Maria não estava próxima do marido no momento do acidente.
“Foi perto da casa deles. Não estavam desmatando, era uma árvore seca. Ela gostava muito de lá, tinha casa na cidade, mas gostava de ficar lá”, lamentou uma das filhas da agricultora, que pediu para não ter o nome divulgado.
Companheirismo
A tragédia interrompeu uma história de mais de quatro décadas de amor e parceria de Maria Agripina e o marido, de 60 anos. O casal vivia há cerca de oito anos no sítio e morava com o neto.
Mãe de três filhos, a agricultora gostava da vida simples no sítio e das tarefas do campo. “Quando amanhecia, era ela quem dava o remédio do meu pai, cuidava da pressão dele, levava água, fazia tudo. Eles sempre foram muito parceiros. Era a companheira dele”, disse.
A filha disse ainda que em mais de 40 anos de casamento dos pais, nunca presenciou discussões entre o casal ou qualquer tipo de ofensa entre eles.
“Eles eram muito unidos, desde sempre, criaram todos os filhos com exemplo, sem brigas e sem ofensas, nunca presenciei nada. Não sabemos como ele vai viver sem ela agora”, completou.
Ainda segundo a filha, o pai está muito abalado e não pretende continuar na casa onde viviam juntos. A intenção agora é vender a propriedade e cuidar dele. “Foi um acidente, não teve culpa. Ele não vai mais lá, não tem como. Meu pai é muito trabalhador e ela cuidava muito dele”, concluiu.
Riscos
Em entrevista à Rede Amazônica, o comandante do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul, major Josadac Cavalcante, alertou que esse tipo de trabalho não deve ser feito sem orientação técnica.
“A atividade de corte de árvore por si só já é de alto risco porque envolve o uso da motosserra e, muitas vezes, trabalho em altura. Nossa orientação é que esse serviço seja feito por profissional qualificado, que saiba tanto operar a ferramenta quanto isolar o local para evitar acidentes com pessoas próximas”, afirmou.
O major explicou que os bombeiros só trabalham em casos de risco imediato. Isso inclui árvores que podem cair sobre casas ou ruas. Nos outros casos, ele recomenda contratar empresas especializadas para fazer o serviço.
”Aqui em Cruzeiro do Sul já existem prestadores desse tipo de serviço. O Corpo de Bombeiros só intervém quando há perigo imediato. Árvores sem esse risco devem ser retiradas por profissionais capacitados, para que não haja ainda mais risco para quem corta e para quem circula na área”, completou Cavalcante.
g1
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