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Em Xapuri, jovem com deficiência tira primeira identidade “estou muito satisfeita” diz Mãe

Kauani Souza Oliveira tem 16 anos de idade e tirou seu primeiro RG, chamado de Identidade durante os atendimentos do Programa Justiça Itinerante Cooperativa na Amazônia Legal, realizado em Xapuri, entre os dias 23 a 27. A ação foi organizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) e outras 42 instituições e órgãos públicos.

Assim como Kauni outras 499 pessoas que conseguiram tirar o Registro Geral junto ao Instituto de Identificação Raimundo Hermínio Melo da Polícia Civil do Acre, nos cinco dias de trabalho. Com o documento a jovem que nasceu com Agenesia do Corpo Caloso (ACC), que atinge o cérebro dela, deu mais um passo no seu processo de autonomia e inclusão, podendo acessar políticas públicas, benefícios previdenciários.

Não ficava parada

Segundo a mãe de Kauani, Francisca das Chagas de Souza Oliveira, 43 anos, elas já tinham tentado outras vezes solicitar a documentação da jovem. Mas, por conta da deficiência, Kauni mexe o pescoço muito, ainda mais quando está ansiosa em ambientes diferentes, o que impossibilitava tirar a foto para o RG. Elas foram na Oca em Xapuri e não conseguiram, a mãe tentou em casa tirar a foto e não deu certo. Mas, na ação itinerante do CNJ, com a ajuda do fotojornalista do TJAC, Elisson Magalhães, a foto foi finalmente batida e o documento está sendo confeccionado.

“Ia fazer 17 anos e eu não conseguia fazer o RG dela. E fomos privilegiadas no dia de hoje por a gente tá conseguindo fazer esse RG hoje, olha. Estou muito satisfeita. O atendimento foi maravilhoso, o pessoal foi aconchegante e trata a gente com muito carinho e respeito. Obrigada”, agradeceu Francisca.

A jovem precisava ficar reta e olhando para frente, o que parece simples. Entretanto, para Kauani não era. Além de se mexer muito a jovem não desenvolveu a fala e tem fissura labiopalatina, que é uma abertura no lábio superior. Diante disso, o fotografo ajustou a velocidade da câmera e obteve sucesso. Para ele, contribuir com o atendimento traduz a essência do Projeto Cidadão do TJAC, que também estava apoiando o trabalho do CNJ em Xapuri.

“A história da Kauani me deixou espantado, ela tem 16 anos e ainda não tinha documento de identidade pelo simples fato de ninguém ter conseguido fotografá-la devido a condição dela. Com certeza, a sensação é muito gratificante e me sinto até honrado em poder ajuda-la. Esse episódio exemplifica bem as nuances do Projeto Cidadão, que vai muito além de uma ação social”, comentou o fotojornalista Elisson Magalhães.

Projeto Cidadão na itinerância do CNJ

Além do apoio logístico e com infraestrutura na promoção do Programa Justiça Itinerante, o TJAC levou os atendimentos do Projeto Cidadão à Xapuri, com serviços de saúde feito pela Coordenadoria de Bem-estar e Saúde (Cobes), audiências realizadas no Fórum de Xapuri e no ônibus Justiça sobre Rodas e ainda realizou o Casamento Coletivo de 61 casais, na terça-feira, 24.

O Projeto Cidadão do TJAC completa 30 anos neste ano, e o coordenador da ação social do TJAC, desembargador Samoel Evangelista participou da abertura, da cerimônia de casamento e do encerramento da atividade em Xapuri, ressaltando a importância do Projeto para promover justiça e cidadania a população acreana.

“Essa nossa saída dos nossos prédios para de encontro ao cidadão é uma marca do Poder Judiciário do Acre. Assim como é uma marca não atuarmos sozinhos. O caminhar sozinho não nos leva a lugar nenhum. É o juntar de esforços para ajuda, auxílio, que nos faz mais fortes, possibilitando um atendimento mais efetivo em benefício de quem mais precisa”, falou Evangelista.

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